Trechos da obra "Demian" de Hermann Hesse
"Queria apenas tentar viver aquilo que brotava
espontaneamente de mim. Por que isso me era tão difícil?
[...] Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas,
desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: SER é OUSAR SER.
[...] Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas,
desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: SER é OUSAR SER.
[...] um homem real, único e vivo. Hoje sabe-se cada vez menos
o que isso significa, o que seja um homem realmente vivo, e se entregam à morte
sob o fogo da metralha a milhares de homens, cada um dos quais constitui um
ensaio único e precioso da natureza.
Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido sempre um homem
que busca, mas já não busco mas nas estrelas e nos livros: começo a ouvir os
ensinamentos que meu sangue murmura em mim.
A vida de todo o ser humano é um caminho na direção de si
mesmo.
Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo, mas todos
aspiram a sê-lo.
A manhã sem colégio, em dia útil, era algo mágico e
lendário: o sol entrava logo em meu quarto, mas não era o mesmo sol que
obrigava o professor a fechar as cortinas verdes na sala de aula.
Quando o medo nos quer dominar, é necessário livrar-nos
dele. Tens que livrar-te desse medo de qualquer maneira.
Como quase todos os pais, também os meus não auxiliaram o
despertar dos instintos vitais, assunto sobre o que nunca se falou em nossa
casa.
Auxiliaram apenas, com inesgotável atenção, minhas vãs tentativas de negar a realidade e continuar habitando um mundo infantil cada vez mais irreal e fictício.
Não sei se os pais podem fazer a esse respeito alguma coisa, e nenhuma reprovação tenho para com os meus.
Eu devia encontrar o meu caminho por mim mesmo, tarefa que foi tão difícil quanto à maioria dos jovens que receberam o que se costuma chamar de "uma boa educação".
Auxiliaram apenas, com inesgotável atenção, minhas vãs tentativas de negar a realidade e continuar habitando um mundo infantil cada vez mais irreal e fictício.
Não sei se os pais podem fazer a esse respeito alguma coisa, e nenhuma reprovação tenho para com os meus.
Eu devia encontrar o meu caminho por mim mesmo, tarefa que foi tão difícil quanto à maioria dos jovens que receberam o que se costuma chamar de "uma boa educação".